quinta-feira, 29 de abril de 2010

A volta

Bem, como vocês sabem eu fiquei um tempo sem postar. Eu viajei e fiquei sem tempo, mas hoje estou de volta e resolvi postar um texto que fiz pra capricho. Era um concurso cultural e devíamos fazer um texto de exatamente 500 palavras com o tema: "romance assombrado". Infelizmente o meu não foi o vencedor, pois segundo a capricho tinha uma temática muito "adulta". Bem, é isso. Vejam o que vocês acham:

Eu nunca tive muita sorte com namorados, principalmente naquela noite de 23 de Abril. Eu tinha acabado de completar 18 anos e estava super feliz, afinal começava a tão esperada "época da liberdade". Decidi ir ao um bar para comemorar, mas como era uma segunda-feira, acabei indo sozinha. Cheguei ao bar e eram sete horas da noite, estava vazio. Sentei-me naquelas cadeiras que ficam perto do balcão e pedi para o garçom um dry Martini, enquanto isso pude perceber que um homem muito alto e loucamente atraente se sentou ao meu lado. Automaticamente o homem sorriu para mim e eu sem controle nenhum do meu corpo sorri em resposta. Ele aproximou seu banco do meu e me olhou nos olhos, parecia que eu estava hipnotizada, não conseguia prestar atenção em qualquer outra coisa. Sem falar uma palavra nos comunicamos durante exatamente uma hora através de olhares, sorrisos e piscadelas. Quando terminei meu terceiro drink ele se levantou e com uma delicadeza que nunca havia visto antes me conduziu até um bosque que ficava a algumas quadras do bar.

Ele me deitou no chão como se eu fosse um artefato raro que quebraria ao mais simples toque. Encostou sua boca na minha, eu arrepiei toda devido ao seu toque extremamente gelado. Eu não queria e não podia parar, meu desejo instantâneo por aquele homem estava me consumindo e eu não conseguia controlá-lo. ”Não tenha medo minha querida, não vou fazer nada que você não queira.” Ele me dizia isso todo intervalo que fazia entre seus beijos, parecia aquelas desculpas de estupradores de garotas inocentes, mas eu não me importava. Estava fazendo dezoito anos e nada iria me impedir de ter uma noite perfeita. Eu não estava com medo, o que aconteceria entre eu e aquele misterioso homem sem nome não era problema de mais ninguém, só meu e dele. Eu queria que ele me beijasse, queria que ele me levasse pra casa, queria ele, queria aquelas mãos geladas pelo meu corpo, pelo menos hoje. Depois de me beijar lentamente por algum tempo, ele desceu seus lábios para meu pescoço. Foi aqui que o perigo começou. Num milésimo de segundo tudo mudou de figura, ele cravou os dentes em minha pele e eu conseguia sentir meu sangue escorrer enquanto ele tentava sugar o resto que vinha da minha veia. Senti uma dor indescritível, uma mistura de prazer, admiração, horror, curiosidade e nojo. Meu corpo estava paralisado, não conseguia parar o ataque daquela criatura, depois de algum tempo não conseguia mais sentir o meu sangue escorrer, senti seus dentes saindo de dentro da minha pele e eu simplesmente cai num sono profundo sem sonhos. O vento soprava a minha volta, ouvia barulhos de passos se aproximando e se afastando, como se alguém estivesse me vigiando e sem nenhum aviso prévio o barulho cessou e o silêncio reinou naquele bosque sombrio. Não me lembro muito bem do que aconteceu depois, só sei que desde 23 de abril sinto uma sede enorme por sangue humano.

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